12 de outubro de 2012

As ideologias criam "conceitos" que fogem a lógica e ao bom senso. É o caso da "opinião" de "intelectuais" socialistas com respeito ao preconceito criado com as cotas para brasileiros entrarem na universidade.


Artigo na Folha de S.Paulo

Vou fazer comentários com respeito aos trechos grifados em negrito e numerados sequencialmente.


08/10/2012 - 03h00
Cotas, mérito e democracia
Luiz Carlos Bresser-pereira

Desde a transição democrática, em 1985, a sociedade brasileira tornou-se melhor. 
Não tanto no plano econômico, onde o progresso foi modesto, mas nos planos social e político, onde os avanços foram grandes. [1]

Somos ainda uma sociedade injusta, mas a desigualdade diminuiu; somos ainda uma sociedade autoritária, mas agora os eleitores pobres têm voz e são respeitados; [2] somos ainda uma sociedade elitista, mas nos demos conta desse fato, e estamos tentando construir, mais do que um Estado democrático, também uma sociedade democrática.
Talvez a demonstração mais extraordinária dessa mudança de atitude foi a aprovação no Congresso Nacional e a sanção pela presidente Dilma da lei que estabeleceu uma cota geral de 50% das vagas nas universidades públicas e escolas técnicas federais para os estudantes das escolas públicas oriundos de famílias com até um salário mínimo e meio per capita. [3]

O que imediatamente me ocorreu, ao ver os deputados e senadores aprovarem uma lei com alto conteúdo democrático e humano como é esta, foi que os brasileiros não se deixaram perverter pelo individualismo feroz dos 30 Anos Neoliberais do Capitalismo (1979-2008). [4]

Que, não obstante as críticas insistentes que os ricos e a classe média tradicional [5] vêm fazendo à política de cotas, as ideias de solidariedade e de coesão social falaram mais alto no Brasil.

E que seus representantes no Parlamento, hoje tão prejudicados em sua imagem, souberam compreender esse fato.

Mas "essa política não considera o mérito", dizem os críticos conservadores. [6]

Mérito medido de que maneira? 
Mérito medido em exames vestibulares, quando o último Ideb para o ensino médio foi de 3,5 para os alunos das escolas públicas contra 5,7 para as escolas privadas?
Essa diferença brutal deixa muito clara a imensa desvantagem dos pobres na competição para chegar ao ensino superior no Brasil. 
Portanto, em termos de justiça, a política de cotas está corretíssima. [7]

Mas estará essa política correta em termos de eficiência, entendida esta como o melhor uso dos recursos humanos do país? Não estaríamos com ela dificultando que os jovens com maior potencial cheguem à universidade? 

Pelo contrário, argumento que a política de cotas dá oportunidade aos melhores.
O raciocínio é simples, e não está baseado no fato bem conhecido de que os jovens pobres são mais motivados pelo estudo. 
Os estudantes das escolas públicas representam cerca de 80% do total dos alunos do ensino médio.
Se supusermos que, em termos de potencial inato, os estudantes das escolas públicas e particulares são em média igualmente inteligentes e criativos, é necessário concluir que os 2% de alunos mais brilhantes dos 80% por cento das escolas públicas são, em média, mais capazes que os mesmos 2% dos 20% das escolas particulares.
Creio que este raciocínio explica a experiência das universidades que introduziram cotas. [8]
Os alunos por elas beneficiados têm desempenho geralmente muito bom, não obstante terem aprendido muito menos nas suas escolas do que os alunos das escolas privadas.

Com a política de cotas as universidades que tomaram a iniciativa de adotá-las, os brasileiros e agora o Parlamento brasileiro que as torna obrigatórias não estão sendo apenas democráticos e solidários; não estão apenas pensando em justiça.
O argumento da justiça já seria suficiente para justificá-la, mas quando a ele se soma o do mérito associado ao do potencial, a política de cotas ganha plena inteligibilidade e legitimidade. [9]


Comentários:

[1]
O Brasil a 20 anos atrás estava lá no final da classificação por produção interna (PIB) e hoje é a sexta economia do mundo e a pessoa vem dizer que o progresso econômico não foi grande !
Isso é uma fuga da realidade empírica, coisa típica de seguidores da ideologia cega.
O Brasil não evoluiu quase nada em termos sociais, 40 milhares de pessoas continuam na miséria total vivendo as custas dos 90 reais do Bolsa Família.
Ou seja, o Bresser tá vendo coisas que não existem.

[2]
Eleitores pobres tem direito a um voto por eleitor da forma que sempre foi, não mudou nada, a força do voto é o próprio voto, destinado a quem o eleitor deseja eleger.
E em uma eleição apenas uma parte dos eleitores conseguem eleger seus candidatos, e mesmo assim, não tem força alguma sobre eles, pois quando eles estiverem nas assembléias ou palácios agem por conta própria.

[3]
Como uma lei que segrega uma parte dos cidadãos em proveito de outra parte dentro de um país pode ser democrática ?
Milhões de famílias, em vista do péssimo ensino fornecido pelo governo nas escolas públicas, fazem grandes esforços financeiros, deixando de consumir coisas para poder pagar uma escola melhor para os filhos para depois os verem barrados no vestibular e vem a pessoa chamar isso de "democracia" ?!
Sabemos qual é essa "democracia"... é a "democracia" da "ditadura do proletariado", onde apenas uma classe irá ter direitos.
Democracia seria se o corrupto e incompetente governo brasileiro, não apenas o atual, todos de todos os tempos, tivessem competência para fornecer um ensino público bom e com isto todos os alunos tivessem as mesmas chances.
Isso é uma coisa básica, límpida e insofismável, e apenas alienados com a mente dominada pela ideologia cega não tem capacidade em perceber isso.

[4]
Dizer que o Brasil em alguma época foi "neo" liberal é uma piada.
No Brasil jamais existiu liberalismo, sempre fomos um país dominado por uma elite latifundiária e que sempre manteve a educação nos mais baixos níveis possíveis para com isso manter o povo inculto.
Uma nação que impõe a seu povo exorbitantes taxas de impostos, imensos latifúndios e corrupção endêmica no governo passa muito longe do liberalismo ou do "neo" liberalismo.
Bresser não tem a menor idéia do que foram os conceitos criados pela Escola de Chicago que Reagan e Thatcher aplicaram em suas nações.

[5]
Depois da "venda" das estatais não existe mais classe média no Brasil, foi extinta.
Agora existe a "classe C" com salário de 800 reais.
E mesmo que existisse uma classe média por que tais famílias tem que ser punidas ?
Por acaso os pais e mães de classe média são ladrões ?
Tais famílias ganham dinheiro não com trabalho mas sim roubando ?
Um dentista de origem pobre que se esforçou muito para fazer faculdade e que hoje consegue pagar uma escola melhor para os filhos tem que ser punido por isso ?
Tem que ver os filhos sendo barrados na universidade por uma lei preconceituosa e ficar calado sem reclamar dessa injustiça ?
Sabemos de onde vem esse "conceito democrático" de Bresser.... vem da ideologia cega que odeia os bem sucedidos.

[6]
Os seguidores da ideologia cega gostam de classificar os que não concordam com seus preconceitos de "conservadores"...

[7]
Impressionante...
O governo que cobra dos que produzem uma das maiores taxas de impostos do planeta fornece para a população um péssimo ensino público, e, em vez de cobrar deste incompetente governo um melhor ensino para todos o Bresser diz que o governo está corretíssimo em colocar dentro da universidade alunos com média 3,5 e deixar de fora da universidade alunos com média 5,7 !
Isso é uma aberração.
Somente as mentes dominadas pela ideologia cega podem classificar tal coisa como sendo correta.

[8]
Desconstrucionista de araque...
Se são os mais competentes por que então precisam de cotas ?
Se não precisa de um bom ensino primário e secundário para fazer uma universidade vamos aboli-los ....
Não precisa mais ensino básico.
Todos vão direto para a universidade, com a ressalva é claro, os pobres terão 50% da vagas para eles.
E lá na universidade os professores ensinarão as noções básicas de matemática, português, etc.
E estaremos na mais perfeita das sociedades !

[9]
Mas que cara de pau !
Argumento da justiça !
O cara quer excluir da entrada na universidade pública uma parte dos brasileiros porque estudaram em ensino básico privado, porque o ensino básico público não presta, e diz que isso é justo !
Sabemos porque Bresser diz isso ... essa é a "justiça" que existiria na "ditadura do proletariado", e que, mesmo não existindo, porque em todas as nações que foi imposta levou a nação a falência, os "intelectuais" socialistas nos países onde tomaram o poder camuflados de "progressistas" defensores de "direitos humanos" querem paulatinamente institui-la de forma camuflada.

Conclusão.

Se a solução são as cotas, a dedução a que chegamos é que o ensino no Brasil continuará eternamente péssimo, com as cotas foi instituída juridicamente a incompetência do governo em fornecer ensino de qualidade, e desta forma está decidido no Brasil - o ensino vai continuar a mesma porcaria que sempre foi.
E não se tem nada a fazer porque essa mentalidade dominou de forma avassaladora no Brasil.
Pode-se apenas lamentar ...
Pobre Brasil, pobre povo brasileiro que jamais terá uma educação digna do nome.

***

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