23 de janeiro de 2013

O que deveria ser revisado no sistema político-econômico atualmente em vigor (tomando como referência o que existe na Inglaterra) para que se fizesse uma mudança para melhor ?


Um membro da comunidade do ORKUT "Marx é inquestionável?!" me fez a seguinte pergunta em um tópico:

"Arnaldo, quanto ao capitalismo, você defende ele da maneira que é atualmente ou você elabora alguma crítica, tipo, uma revisão de valores capitalista. Qual é a sua visão?"

A minha resposta foi a seguinte:


É, temos que fazer algumas ressalvas...

Primeiramente o sistema politico-econômico que se iniciou na Inglaterra no início do século XIX e que também aconteceu quase simultaneamente no EUA após a independência tem o nome de LIBERALISMO, e não capitalismo.

Mises, na minha opinião o melhor economista-filósofo que já existiu, escreveu um excelente livro sobre este sistema, e o título do livro dado pelo autor, muito corretamente como não deixaria ser para um economista do porte de Mises, foi - Liberalismo.
Um livro com nome bem simples mas que possui um conteúdo inestimável para a humanidade, pena que seja pouco lido por ser boicotado nas universidades e na midia pela quadrilha de "intelectuais" marxistas que dominam nestes lugares.

Então, o sistema chama-se Liberalismo, "capitalismo" é um termo socialista INDEFINIDO e que apenas serve como fonte verbal para gritos raivosos dos possuídos por ideologia.

*

Quanto ao sistema, o que se pode dizer é que o ideal é que não existisse governo, não existisse estado, mas, isso, em função da natureza humana é impossível.
Então, o estado deve existir, o menor possível, unicamente para manter em funcionamento o Estado de Direito democrático, nada mais.

A função primordial do Estado de Direito é manter o "todos são iguais perante a lei", é evitar o surgimento de corporativismo e monopólios, é zelar pelos direitos individuais, sejam eles de pessoa jurídica ou física, no Estado de Direito o indivíduo é soberano e não o grupo, uma vez que grupos em geral tentam unir forças para agir de forma corporativa e levar vantagem contra os demais - isto agride o "todos são iguais perante a lei"..
Apenas isso deve ser função do estado, a justiça, ou seja, a instituição que prende e julga aqueles que infringem a lei, esta seria privada e municipal.

E um valor crucial: o estado jamais poderia ser provedor, uma vez que nada produz.
Para o estado ser provedor ele tem que tirar dinheiro e bens de quem os possui para, supostamente, dar a quem não possui, porém, a experiência já milenar nos mostra que quando os humanos que estão empossados no estado pegam este dinheiro ou bens não mãos, eles roubam grande parte dele.

Quanto a estruturação desse estado acho que jamais deveria dar a chance para que uma pessoa usurpasse o poder total, digamos, jamais pode ser como na Venezuela, onde o presidente vai fazendo sucessivas trapaças até se tornar um ditador "democrático".

Entendo que o melhor, ou o menos ruim, é o parlamentarismo, em todos os níveis, nacional, estadual e municipal, e independentes do estado superior a ele (por exemplo para realizar eleições, se um município não está contente com o seu "primeiro-ministro", o município desfaz o gabinete municipal e faz novas eleições)), sendo que a nível nacional os atributos do estado nacional deveriam ser mínimos, o papel do estado deveria ser majoritariamente atribuído aos municípios, onde é muito mais fácil para a população intervir quando necessário.
Não existiriam 3 poderes, apenas dois poderes:
o parlamentar, de onde sairia o gabinete de governo;
e o judiciário que teria a incumbência de garantir o Estado de Direito, para isso teria sob sua jurisdição as forças militares da nação (não a polícia, que seria privada e local, municipal).

Na parte civil, ou social, e econômica, tudo deveria ser privado, tudo mesmo, mas, o Estado de Direito atuaria de forma soberana nesse sistema.

E na minha opinião, o maior entrave, ou poderíamos chamar de erro no Liberalismo atual (o que existe na Inglaterra, EUA, Canadá, Austrália, Japão...) é a herança.
A herança vai contra o princípio "todos são iguais perante a lei" pois um jovem herdeiro de milhões de dolares ou reais sai em vantagem diante dos demais.
O direito a herança deveria ser exaustivamente analisado, não sou contra um filho herdar a casa que o pai construiu .... sou contra um filho herdar bilhões  sem ter feito nada por merecer.

Uma outra coisa que foi muito desvirtuada são as benesses da lei para bandidos, isso não pode existir, a lei contra aqueles que a infringem deve ser dura, e se um réu é condenado a 4 anos de cadeia, todos os 4 anos devem ser cumpridos integralmente em regime fechado.

Existem mais coisas que deveriam ser analisadas, mas, estas são as principais.


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